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Foto: Reprodução/Internet |
Quem nunca ouviu a expressão “parece letra de médico”, quando
alguém lê algo que não consegue decifrar? A caligrafia dos médicos virou motivo
de piada por ser um problema recorrente na área da saúde. No entanto, muitas
consequências graves são acarretadas a partir da má interpretação dos
prontuários médicos. Pensando nessa situação, o estudante de Enfermagem da
Fase, Lincon Magalhães Barbosa, decidiu abordar a caligrafia ilegível dos
profissionais em receitas médicas no seu Trabalho de Conclusão de Curso, o
famoso TCC.
“Trabalho há mais de 20 anos na comunicação entre profissionais
da área da saúde e os pacientes. Atuo em uma farmácia e, durante todo esse
tempo, percebo a dificuldade que é interpretar a caligrafia médica para a venda
dos medicamentos prescritos e também nas informações que passam sobre como o
paciente deve tomar a medicação”, afirma Lincon Magalhães Barbosa, aluno do 7º
período de Enfermagem da Fase.
Entendendo toda a problemática envolvida nessa situação, a
pesquisa de Lincon Magalhães Barbosa, que é inédita no país sob a ótica do
enfermeiro, aborda a sensibilização da Enfermagem no atendimento de pacientes
que ingeriram a medicação errada por não entenderem a caligrafia dos médicos
nas prescrições das receitas. O conteúdo do TCC no curso de Enfermagem da
Fase não é somente teórico, ele deverá ser posto em prática.
“Não é recorrente a venda de medicamento errado nas farmácias
por uma simples, mas importante, postura das empresas, que é: se não entender o
que está prescrito, não venda. Meu trabalho tem o objetivo de alertar, tanto os
profissionais envolvidos quanto os pacientes, sobre a grande importância de
saber o que está escrito. A maioria dos pacientes sabe ler e escrever, então,
pode identificar possíveis erros”, explica o estudante.
O Código de Ética do Conselho Federal de Medicina (CFM) alerta
que os médicos ao entregarem receitas com letra ilegível aos pacientes podem
ser punidos. A medida vem ao encontro das ocorrências que já prejudicaram
muitas pessoas que ingeriram medicamentos errados.
“Não tenho como deixar de relatar o caso de uma senhora que
comprou uma caixa de anti-inflamatório supositório. Ela estava tomando via
oral, consequentemente causando dor gástrica pelo uso da via errada. Outro caso
é de um antibiótico que foi confundido com um anticoncepcional de nome similar
e estava sendo tomado por um homem. Provavelmente existem muitos erros
ocorrendo em todo o país por conta da demanda de receitas ilegíveis”, conclui
Lincon Magalhães Barbosa.
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